sábado, 9 de janeiro de 2010

Site da OAB-DF sai do ar para recuperar notícias sobre mensalão, diz assessoria

Do G1, com informações do DFTV

O site da OAB do Distrito Federal teve todo seu conteúdo retirado do ar na tarde desta sexta-feira (8) após a divulgação de que notícias sobre o escândalo do mensalão do DEM sumiram do endereço. A primeira modificação na página ocorreu depois da posse do novo presidente da entidade, Francisco Caputo. Ele é advogado do escritório que defende o governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido).

A assessoria de Caputo informou ao G1 que o site está sendo atualizado e que, por um erro técnico, as notícias foram apagadas. De acordo com a assessoria, todo o site foi retirado do ar para que as informações fossem restauradas. Uma nota será enviada ainda nesta sexta-feira com esclarecimentos sobre o tema.

De acordo com o coordenador de informática da OAB-DF, Wagner Amaral, o site foi retirado do ar para a conclusão de uma atualização de rotina. “Foi tudo uma grande confusão, sem necessidade. Estamos fazendo uma atualização do site e restaurando o backup com todas as notícias”, informou Amaral, responsável por levar as demandas da OAB-DF à empresa terceirizada que faz a manutenção do site oficial do órgão. “O site deverá estar regularizado, com todas as notícias, até o final de semana”, garantiu.

Ainda segundo Amaral, a decisão também foi tomada para garantir a integridade do site, já que "após notícias que saíram na imprensa, o site recebeu um grande número de acessos em pouco tempo".

Histórico

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro de 2009, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

Assim que o escândalo veio à tona, a OAB-DF agiu e entrou com pedido de impeachment contra o governador Arruda. A entidade, comandada na ocasião por Estefânia Viveiros, pediu também a cassação dos deputados envolvidos no suposto esquema de pagamento de propina e fez manifestações.

Página desatualizada

No começo da tarde, a página principal do site exibia apenas notícias do dia 7 e 5 de janeiro de 2010. Havia apenas uma de agosto do ano passado e outras de 2007 para trás. As reportagens sobre a atuação da ordem no caso do escândalo do mensalão do DEM sumiram. Se for feita uma busca com o nome "Arruda", só aparece uma notícia do dia 16 de outubro de 2006.

O sumiço das notícias do site da OAB causa estranheza devido à vinculação de Caputo com Arruda. No dia da posse, Caputo garantiu isenção no caso do mensalão do DEM. “Nós não advogamos nesse caso. O meu escritório advoga para o governador em outros processos”, declarou na ocasião.

Para João Pedro Ferraz dos Passos, ex-conselheiro na gestão Estefânia Viveiros, nada devia ser apagado do site. “Essas notícias do site, que não sejam de fato pontuais em relação a este ou àquele diretor, devem permanecer. Elas fazem parte da história da ordem”.

Mais cedo, no começo da tarde, por meio da assessoria de imprensa, Francisco Caputo informou que as notícias foram retiradas do site no dia 5 de janeiro, para atualizar as informações. Por isso, as reportagens de 2008 e 2009 foram retiradas. A assessoria não soube informar porque as notícias de 2007 continuavam na página.

Diário oficial retira homenageados

O nome de Estefânia Viveiros está envolvido em outro "desaparecimento". O nome dela foi excluído da lista oficial dos agraciados com a Medalha Comemorativa dos 200 anos da Polícia Militar do DF.

Em maio do ano passado, ela recebeu a medalha na solenidade da PM. A lista dos homenageados, no entanto, só foi publicada no Diário Oficial do dia 23 de dezembro, depois da Operação Caixa de Pandora, e sem o nome de Estefânia. A ex-presidente da ordem foi a responsável pela condução das representações contra os deputados e o governador Arruda na Câmara Legislativa.

Um outro nome foi excluído desta mesma lista: Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda. Foi ele quem gravou vídeos e cooperou com a Polícia Federal nas investigações do escândalo do DF. Ele também recebeu a medalha em maio e não aparece no Diário Oficial de dezembro.

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