sábado, 23 de janeiro de 2010

Menino com agulhas no corpo recebe alta

Da Agência Estado

O menino de 2 anos e 8 meses, cujo padrasto inseriu em seu corpo mais de trinta agulhas durante rituais de magia negra, em Ibotirama, a 668 quilômetros a oeste de Salvador (BA), recebeu alta médica nesta sexta-feira (22), do Hospital Ana Neri, na capital baiana, após passar 36 dias internado na unidade. Ele deixou o hospital ao meio-dia e viajou em avião fretado pelo governo baiano a Barreiras, no extremo oeste da Bahia, de onde seguiu para a cidade onde mora.

De acordo com a equipe médica do hospital, a criança não precisa mais de intervenções cirúrgicas ou medicamentos e tem todas as funções orgânicas normais. "Nossa maior preocupação, agora, é com a saúde psicológica desse menino", afirma a coordenadora de Cardiologia Pediátrica, Isabel Guimarães. "Elaboramos um programa de acompanhamento ambulatorial e psicológico dessa criança, que vai ser realizado tanto no Hospital Ana Neri quanto no Hospital do Oeste (em Barreiras)." Em 30 dias, está previsto o retorno do menino para Salvador, para passar por uma bateria de exames.

Segundo Isabel, as três cirurgias realizadas no menino removeram todas as agulhas que haviam sido inseridas inteiras na criança - total de 22. "Havia também diversos fragmentos de agulhas, dos quais cinco continuam no corpo do menino, mas que não oferecem nenhum tipo de risco à saúde dele", garante.

Antes de deixar o hospital, a mãe da criança, Maria Souza Santos, de 38 anos, agradeceu o apoio da população, o esforço dos médicos e os presentes que recebeu - dezenas de brinquedos. Também disse não ter interesse em perdoar o ex-companheiro Roberto Carlos Magalhães, que confessou ter inserido as agulhas na criança. "Como é que vou perdoar o assassino que queria matar meu filho?", argumentou.

Magalhães foi denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio qualificado, junto com sua suposta amante, Angelina Ribeiro dos Santos, que nega ter participado do crime. Os dois estão detidos em delegacias de municípios do oeste baiano. As penas previstas para o crime vão de 4 a 20 anos de prisão.

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