quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Requião ataca o presidente do Banco Central

Do Paraná-OnLine/Elizabete Castro

Em meio à prestação de contas do seu mandato na abertura do ano legislativo, ontem à tarde no plenário da Assembleia Legislativa, o governador Roberto Requião (PMDB) criticou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), indicado pelo PMDB. No discurso, quando abordou os efeitos da crise econômica mundial, Requião disse que Meirelles é um representante do capital internacional.


“Quem era Meirelles antes de ser presidente do Banco Central? A imprensa silencia sobre isso. Mas ele era presidente da Associação dos Bancos Internacionais, era presidente do Banco de Boston e foi um dos principais mentores do Cavallo (Domingo Cavallo, ex-ministro da Economia na Argentina no governo de Carlos Menem e de Fernando de la Rúa)”, disse Requião, apontando o ex-ministro como o responsável pela falência financeira da Argentina.

O governador disse que não é possível ser otimista em relação à economia com a manutenção da atual política econômica do governo que privilegia o capital financeiro.
“Como então ser otimista se a especulação vai continuar sobrepondo à produção? Como ser otimista se o Banco Central do Brasil, o Brasil por conseqüência, insiste em manter a nossa economia atrelada à especulação?”, questionou.

Pré-candidato à presidência da República pelo PMDB, o governador do Paraná afirmou que é ilegal a convenção convocada para o próximo sábado, 6, em Brasília, quando o grupo que articula o apoio do partido a Rousseff pretende reeleger o deputado federal Michel Temer (SP) para que continue conduzindo as negociações para alianças.

“Isso não tem validade do ponto de vista legal. A chapa tem que ser registrada oito dias antes da convenção. Que eu saiba o Temer não tem chapa completa”, afirmou.

Na rápida entrevista que concedeu antes da solenidade, Requião comentou seu entrevero com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que deu declarações à imprensa culpando o comportamento de Requião pelos atrasos nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

“Soube pelo Paulo Bernardo que o Paraná foi discriminado nas verbas. Mas eu sempre achei que nós tivéssemos um ministro paranaense, um tal de Paulo Bernardo...”, provocou o governador, que já desafiou o ministro pelo twitter a debater com ele.

Bernardo declarou que Requião briga com o governo federal e essa postura prejudica as negociações. “O Paraná foi discriminado porque não se dobra diante de ministros. Sou governador e não moleque”, disse o governador que, na escola de governo pela manhã, havia declarado que Bernardo quer o “o governador ajoelhado” para conseguir favores do governo federal.

No twitter, no final da tarde, o governador escreveu: “Quero saber se o PT concorda com Paulo Bernardo. Afinal trabalhei até agora com três excelentes secretários do PT. Inclusive planejamento”.

A resposta foi dada pela ex-presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, mulher do ministro, em forma de pergunta. “Governador trabalhamos juntos até agora. Continuaremos com a ministra Dilma e a defesa do governo Lula?”, provocou Gleisi.

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Requião é condenado a pagar indenização para deputado

Do Paraná-OnLine
O deputado estadual Edson Praczyk (PRB) anunciou que saiu vencedor de uma ação que movia contra o governador Roberto Requião e o ex-secretário de Comunicação, Airton Pisseti. Ambos foram condenados a lhe pagar solidariamente indenização de R$ 80 mil por reparação de danos.

A ação foi proposta em 2005, depois que Requião e Pisseti acusaram Praczyk de ter pedido um "mensalinho" de R$ 45 mil mensais, em verbas de publicidade, para apoiar o governo nas votações da Assembleia. A sentença, de dezembro do ano passado, é assinada pela juíza da 6ª Vara Cível de Curitiba, Ana Lúcia Ferreira.

Praczyk decidiu processar Requião e Pisseti após entrevistas do governador a programas de rádio dizendo estar desapontado com um deputado que, segundo Pisseti, havia pedido dinheiro para votar com o governo. "Ele não levou nada, só um pito do governador", disse Requião ao programa de rádio do deputado Jocelito Cano.

Praczyk foi submetido ao Conselho de Ética da Assembleia, e absolvido por falta de provas. Para o deputado, "a sentença foi um pito ao governador, que não pode sair caluniando as pessoas".

O deputado também move ação criminal contra Requião, mas está parada porque depende de autorização da Assembleia. "O governador Roberto Requião é o maior mentiroso do Paraná. Disse que ia acabar com o pedágio e não acabou, disse que ia construir as estradas da liberdade e também não fez, e, ainda fala inverdades sobre as pessoas", desabafou o deputado.

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