sábado, 15 de maio de 2010

Irã diz que as condições estão preparadas para acordo com Lula

Reuters

O Irã aumentou neste sábado as chances de um acordo para a troca de combustível nuclear um dia depois de a Rússia, que é membro do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), ter dito que a probabilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguir um acordo era de 30 por cento, no máximo.

Durante uma visita a Teerã neste fim de semana, Lula quer pressionar os líderes iranianos a retomar a proposta apoiada pela ONU, na qual o Irã enviaria urânio pouco enriquecido para o exterior e receberia o urânio de melhor qualidade em retorno.

O acordo tem o objetivo de acalmar as tensões do Ocidente quanto às ambições nucleares de Teerã.

"Sobre as negociações, acredito que as condições tendem para levar a um acordo sério sobre a troca", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, à agência de notícias oficial IRNA.

O acordo rachou em outubro, após o Irã ter insistido em realizar a troca apenas em seu território.

A Turquia e o Brasil, membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU, ofereceram-se para mediar e persuadir o Irã a avaliar novamente a oferta. As potências mundiais negociam uma quarta rodada de sanções da ONU ao Irã. Os Estados Unidos acusaram a nação islâmica de tentar ganhar tempo com o Brasil.

Lula deve chegar ao Irã neste domingo, mas o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, cancelou sua visita, programada para o mesmo dia. Mehmanparast disse que não há data estipulada para ele ir ao país.

"Seria melhor para Erdogan se ele pudesse estar fisicamente em Teerã, mas na era das comunicações, há outras maneiras de estar conectado", afirmou Mehmanparast à agência de notícias semi-oficial ILNA.

Autoridades do Ocidente e da Rússia disseram que a viagem de Lula era provavelmente a última chance de encontrar uma solução para o impasse.

Os EUA e seus aliados europeus dizem que o programa nuclear iraniano tem o objetivo de desenvolver armas nucleares. O Irã afirma que o trabalho tem fins pacíficos, de geração de energia.

Estados Unidos e Israel não descartaram uma ação militar se a diplomacia não resolver o impasse. O Irã afirma que retaliará contra qualquer ataque.

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