quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Pais procuram filho desaparecido há 21 anos

Do Parana-Online

A semana do Natal é um dos períodos mais dolorosos para a família de José Vicente Gonçalves, que é obrigada a conviver com a incerteza. Hoje faz 21 anos que o filho, Ewerton de Lima Gonçalves, desapareceu da frente da rua em que morava, quando tinha apenas quatro anos.

Desde então, a busca pelo paradeiro do menino nunca cessou. “Só não falei com o papa. Tudo o que surgiu na nossa mente a gente fez, até garrafa em alto-mar em cinco idiomas. Falamos com autoridades, com artistas, fizemos de tudo”, desabafa o pai de Ewerton.

Se pudesse, Gonçalves gostaria de falar para Ewerton que nunca desistiu de procurá-lo. “Mostrar para ele que eu sempre lutei pela volta dele. Foi meu primeiro filho e nada substitui isso”, diz. Filho mais velho, Ewerton teve mais três irmãos, mas que não chegou a conhecer.

“Natal é a época mais difícil. Hoje ele estaria com 25 anos, e só consigo ter a imagem dele com quatro anos, de quando ele sumiu. Os irmãos só o conheceram por foto”, conta o pai.

A família chegou a fazer cinco exames de DNA, de corpos de crianças encontrados, e todos tiveram “inconclusivo” como resultado. “Não há um positivo ou negativo. Por isso, até agora, a esperança é nosso combustível. Não desisti nunca”, afirma Gonçalves.

“Ele sempre ia me encontrar na hora do almoço. Naquele dia, estávamos preparando as malas para ir para a praia e ele não veio me encontrar, achei que tinha ficado arrumando as coisas”, relembra.

Um pedreiro que na época trabalhava próximo à casa dos Gonçalves chegou a dizer que viu o menino entrando em um carro e fez um retrato-falado do suspeito. Pistas mais concretas sobre o caso nunca apareceram.

A procura incessante e a luta dos pais que tiveram filhos desaparecidos no fim da década de 1980 e início dos anos 1990 contribuíram para que fosse criada uma delegacia específica para investigar o desaparecimento de crianças no Paraná, o Sicride.

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